O Tecido da Vida
É um pano colorido,
Enrolado ao corpo,
Às formas cingido.
Tem a luz da manga
E a forma da papaia,
Pode ser teu lenço,
Mulher,
Pode ser tua saia.
Saíste na rua,
No Sábado,
E foste comprar
Tua capulana,
Na Guerra Popular.
E logo ali,
Na porta da loja,
Te fez a bainha,
Com dedo certeiro
E uma máquina antiga,
O hábil costureiro.
Cobres a tua vida,
E quando vens de parir,
Colas ao teu corpo
Um menino a dormir.
Enrolado com o mesmo colorido
Do tecido em que tinhas nascido.
Tua capulana é teu mundo,
Teu limite
E tua fronteira.
Enrolam-te nela
De pequenina,
E enrolada ficas
A vida inteira.
jpv
Como a mulher africana ao tecido, a leitora ficou enrolada aos versos.
ResponderEliminarQue beleza!
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Obrigado, D!
ResponderEliminarDe quem é este poema?
ResponderEliminarOlá, boa noite. Grato por seu comentário. O poema é de minha autoria. O blogue "As cores da Capulana" é um sub-blogue, um quartinho de arrumações, onde coloco a minha poesia escrita em Moçambique e que tenha África como contexto. Sou português, vivo em África, sou professor e escritor e o meu blogue principal é "Mails para a minha Irmã" em http://mailsparaaminhairma.wordpress.com Volte sempre.
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